Bibliofilia





Apesar de se ter noção de que o amor pelos livros e pela escrita remonta desde que a homem começou a colecionar manuscritos e a formar bibliotecas, a primeira grande menção na literatura surge em 1344, por meio do arcebispo Richard de Bury, que também foi chanceler e tutor de Henrique II, na Inglaterra. Ele escreveu um verdadeiro tratado de amor e cuidado para com os livros que ficou mundialmente conhecido como Philobiblion, do grego – Philo (amor) e Biblion (livro). Traduzindo à letra, um bibliófilo é um amante de livros.

Ao longo do estudo e das leituras, encontramos algumas definições que refletem o estado de ser daqueles que possuem bibliofilia – ou seja, dos bibliófilos - bem como em algumas das definições diferenciando o bibliófilo do bibliomaníaco.

O primeiro é sempre o puro de coração, tomado de amor pelos seus livros, o que faz com que cuide deles como se fossem o maior tesouro do mundo, pela sua raridade, beleza, encadernação, pelo seu conteúdo etc., enquanto que o segundo é sempre visto como um indivíduo tomado pelo desejo incontrolável de possuir livros e mais livros, mas sem se importar em lê-los ou absorver algum conhecimento, em alguns casos tomados por ansiedade ou como um distúrbio mental.

Citando o bibliógrafo alemão Hans Bohaster: “O bibliófilo é o mestre de seus livros, o bibliomaníaco seu escravo”.

A bibliofilia também está intrinsecamente ligada à leitura, como ilustra a Castro Alcântara: Não se ama de fato os livros sem cultivar o costume da leitura. O verdadeiro bibliófilo é antes de mais nada um leitor contumaz. Distingue-se do bibliômano, que se apraz em comprar e colecionar livros raros, pelo prazer da posse, sem valorizar o conteúdo. O colecionismo estéril, individualista, é apenas um ativo atraente e um símbolo de prestígio social, despojado da chama que anima a bibliofilia autêntica: o espírito do leitor.

No entanto, o que está por trás da Bibliofilia não é o apego excessivo à leitura, mas o amor pelos livros, simplesmente por serem livros, assim como existem pessoas que colecionam e admiram outras coisas como flores ou filmes, por exemplo.

Um bibliófilo não consegue viver sem seus livros, apesar de “loucura mansa”, geralmente não chega a ser um distúrbio, como na bibliomania.

Autor: Fernando Mustafá
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